ADOLESCÊNCIA SEM TRILHOS

5 03 2009

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Sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009, cerca de 40 adolescentes de escolas tradicionais de Brasília, são apreendidos pela Polícia Militar. Motivo: Suspeitos de participarem de uma briga entre dois adolescentes no Parque da Cidade. Outros adolescentes teriam presenciado a briga, mas se dispersaram com a chegada da polícia. Os jovens com idade entre 12 e 18 anos, segundo o delegado Rubens Rui, teriam marcado a briga pela internet por intermédio de um site de relacionamento. Os rapazes eram integrantes de dois grupos rivais, supostamente grupos da Asa Sul e Sudoeste.

             As brigas entre adolescentes tornaram-se algo comum na capital federal. E, infelizmente, elas não se restringem aos adolescentes com baixa escolaridade, que vivem no entorno ou que não possuem acesso a tecnologias como a internet, dentro e fora de casa. Os baderneiros são também moradores de bairros nobres da cidade, tais como Lago Sul e Norte, Asa Sul e Norte, Sudoeste, e outros. Adolescentes com alto poder aquisitivo, com facilidade de acesso a todo tipo de informação, que estudam nos melhores colégios particulares da cidade, mas que mesmo assim não sabem o que é uma boa educação e uma convivência civilizada junto à sociedade.

Muitas são as causas para explicar a violência entre adolescentes, porém “A necessidade de viver em grupo para se proteger das inseguranças da adolescência e a falta de diálogo em âmbito familiar”, são os aspectos principais, segundo o professor de Antropologia, Creomar Souza, da faculdade UnICESP em Brasília.

              Os pais acabam se atendo a educação de seus filhos ao acreditar que a escola e os professores os instruirão integralmente e isso acaba criando um ambiente familiar desarmônico se os pais insistirem em não ‘conhecer’ os seus próprios filhos. “Acredito que qualquer transformação efetiva desse quadro só pode acontecer com uma mudança real nas relações familiares de classe média. Diálogo familiar é chave da resolução do problema.” Diz Creomar.

Debates sobre brigas entre adolescentes em escolas particulares

            As escolas particulares de Brasília sentiram a necessidade de iniciar o ano letivo com debates acerca de acontecimentos como o do dia 6 de fevereiro no Parque da Cidade. Coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais tiraram uma semana para irem de sala em sala conversar e orientar os estudantes sobre as freqüentes violências entre os alunos.

           A unidade do Sistema COC de Ensino da 604 Sul, elaborou um ciclo de palestras com pessoas que se destacam no cenário esportivo da cidade por praticarem artes marciais, para mostrar aos alunos que as artes marciais não deve ser utilizada como forma de violência, uma vez que os vídeos exibidos na internet mostram vários meninos que conhecem ou praticam alguma arte marcial.

Por Larissa Rodrigues


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